Crônica
Certo dia fui visitar um dos Museus
da cidade de Pelotas, como é de meu costume fazer, pelas cidades por onde passo.
Embora não parecesse, esse era
diferente.
No seu interior, vários bichos,
lindos.
Retratei quase todos do acervo, havia
borboletas, formigas, uma sucuri de seis metros, leões, jacarés, todos
catalogados, ali perpétuos, magníficos, empalhados, a salvos da ação do tempo,
pereceram, só que de uma outra maneira, muitas vezes perde-se a vida mas não
perde-se a exuberância.
Eu ávida por percorrer todos os
corredores e não perder nenhum detalhe, absolutamente entregue ao lugar, eis que algo chamou-me a atenção , num recanto,
uma aranha, além das pessoas que trabalham lá, e de seus visitantes, a aranha, no exercício pleno da vitalidade.
Imediatamente o museu ganhou cor ,
brilho , um animal vivo.
Triunfante antagonista, agradou-me, é
selvático, representa o Brasil, estava ela ali, seus pelos reluzentes, única, o
exemplar mais valioso do museu.
Sim, vejam bem, os outros estão em
desvantagem quanto a ela.
A aranha estava em uma redoma de
vidro, como os valiosíssimos diamantes quando expostos em museus, era isso que
a aranha simbolizava, ela era um intenso diamante, e com toda a sua vaidade,
parecia saber disso.
Se estava triste ou feliz, não cabe a mim
julgar os sentimentos da aranha, foi capturada em algum momento em que andava
distraída, e deve haver-se lamentado muitíssimo pela falta de
atenção. Se bem que eu imagino, que ela deve cogitar uma fuga todos os dias.
Seu gênero?
Ah! Sequer desconfio.
Ela é da espécie Grammostola,
Theraphosidae pertencente à família das Tarântulas,
forte, não?
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