terça-feira, 7 de abril de 2015

"A aranha do Museu"

 Visita ao Museu Carlos Ritter
 Crônica

                                                                                              Por Nanin Loustau
                                                                                                                        
                                       
Certo dia fui visitar um dos Museus da cidade de Pelotas, como é de meu costume fazer,  pelas cidades por onde passo.
Embora não parecesse, esse era diferente.
No seu interior, vários bichos, lindos.
Retratei quase todos do acervo, havia borboletas, formigas, uma sucuri de seis metros, leões, jacarés, todos catalogados, ali perpétuos, magníficos, empalhados, a salvos da ação do tempo, pereceram, só que de uma outra maneira, muitas vezes perde-se a vida mas não perde-se a exuberância.
Eu ávida por percorrer todos os corredores e não perder nenhum detalhe, absolutamente entregue ao lugar,  eis que algo chamou-me a atenção , num recanto, uma aranha, além das pessoas que trabalham lá, e de seus visitantes, a aranha,  no exercício pleno da vitalidade.
Imediatamente o museu ganhou cor , brilho , um animal vivo.
Triunfante antagonista, agradou-me, é selvático, representa o Brasil, estava ela ali, seus pelos reluzentes, única, o exemplar mais valioso do museu.
Sim, vejam bem, os outros estão em desvantagem quanto a ela.
A aranha estava em uma redoma de vidro, como os valiosíssimos diamantes quando expostos em museus, era isso que a aranha simbolizava, ela era um intenso diamante, e com toda a sua vaidade, parecia saber disso.
 Se estava triste ou feliz, não cabe a mim julgar os sentimentos da aranha, foi capturada em algum momento em que andava distraída, e  deve  haver-se lamentado muitíssimo pela falta de atenção. Se bem que eu imagino, que ela deve cogitar uma fuga todos os dias.
Seu gênero?
Ah! Sequer desconfio.
Ela é da espécie Grammostola, Theraphosidae  pertencente à família das Tarântulas, forte, não?

Simpatizei com ela, tanto que a levei para casa em várias imagens fieis, não resistindo, também escrevi, afinal a aranha vive.











Imagem: Nanin Loustau













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