quinta-feira, 3 de setembro de 2015

“Anônimos”





                                                                         Por: Nanin Loustau

Qual é a voz do anonimato? O que dizem as ruas?
Costuma-se dizer que “a voz do povo é a voz de Deus”.
Hoje durante o trajeto do ônibus, uma mulher queixava-se do desrespeito atribuído a categoria docente, comunicava aflita a situação agonizante na qual  encontra-se a educação.
A indignação transparecia em seu rosto e gestos, reclamava e perguntava ao passageiro vizinho; o que vou fazer com 600 reais?  e por que o parcelamento de salário no Estado do RS não é feito igualitariamente? Obteve como resposta do silêncio, simplesmente, por quê não há resposta......
Discursava preocupada com o futuro das crianças da nação.
Porque quando há crise o primeiro órgão que sofre os cortes  é a educação?
Criticava o comentário de uma colega que segundo ela disse: “ eles fingem que me pagam, eu finjo que dou aula”.
 (É um pensamento ínfimo, mas não nos cabe julgar, talvez seja esse modo de pensar,  que a faça sentir-se menos tola e humilhada)
Continuando.......
Manifestou a mulher :  “não sou partidária desse tipo de raciocínio”. Menos mal!
De uma forma muito particular e triste, desabafou: “estou magoada, decepcionada e revoltada com essa situação, não sei o que vai ser do país”
Fora o que a mídia mostra mas,  insistimos em ignorar, e entramos por pura ingenuidade ou falta de opção , a compor a fila dos endividados.
O caos entrou agitando a bandeira da conquista .... eis a politicagem! A ignomínia com poder!
Tal situação fez-me tremer ao  lembrar a  recessão que ocorreu na Argentina no ano de 2001, o que acompanhei de perto , naquele tempo a crise trouxe consigo seus três irmãos, o desemprego  , a fome,  e o caçula que tem por nome “Confisco” que “nuestros  hermanos” chamaram de “El Corralito”. No qual o cidadão podia sacar por semana o valor de 250 Pesos.
Um tanto pessimista da minha parte admito, mas não posso esquecer, o que presenciei, assisti.......
Nas ruas os anônimos somos, nós...eu, você e os outros!

Referências: