quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Burlesco

Por: Nanin Loustau

Burlesco é tudo aquilo que trata de burlar a inteligência humana de forma escarnecedora. 
Acompanhar através da mídia,  os corruptos desviarem dinheiro público, e logo após, aumentarem os impostos, certos da impunidade.
Os estatutos estão cheios de direitos, mas pouco se tem sensatez para fazer uso deles.
Burlesco é assassinar e responder em liberdade por ser réu primário.
As brechas da lei foram articuladas propositalmente?
Evidente! sem elas a partida “com regras”  não teria graça.
A defesa? os direitos ? o amparo?
Nós, temos direitos?
A paciência,  parece ser a única, a ter direitos.
O sistema faz de nós os bobos da sua corte, divertem-se e riem-se.
Que odor fétido exalam certas atitudes humanas!
Suas melindres disfarçadas de altruísmo ( empurro mas finjo que ajudo)
A máfia das relações combinadas a uma quadrilha de enganos.
E nós ......a mercê do destino!
E toda essa omissão de delitos, encorajou-me a refletir sobre:
Crimes versus cidadãos de “bem”
Diga-me uma coisa, acaso alguma vez  não cometeu um pequeno crime? Um crime leve?
Quem sabe, uma calúnia, uma ameaça em tom de brincadeira, uma modesta difamação, em um humilde desabafo, mesmo que íntimo, em confiança à alguém?
Crime latente, não  revelado , aos olhos da justiça = cidadão de “bem”.
Do “bom e mau” (1), nasce então o Cidadão “de bem” altamente reativo, necessitando apenas de uma circunstância ou oportunidade. 
Suponha que a maioria considera dessa maneira: o que não é descoberto está oculto, de resto é torcer para que permaneça assim.
Aqui jaz um crime, quando lembrado, recebe flores; pensa o cidadão “de bem”.

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1. Nietzsche A genealogia da moral.