sexta-feira, 29 de maio de 2015

"As Mil Almas"


Por: Nanin Loustau


Sou possuidora de mil almas, loucas, extorsionárias, vampiras vorazes, doces envenenadoras, pérfidas, homicidas , incendiárias, algumas tão perversas que foram enjauladas, acorrentadas e atiradas em precipícios, as mais sociáveis transitam em liberdade, as de alta periculosidade permanecem trancadas no calabouço subterrâneo , as vezes provocam rebeliões interiores, gritam, debatem-se e sangram, mas contudo não desprezo, tampouco sacrifico nenhuma, pois me são todas úteis, necessitando, tenho a potência de ir à sua procura nos mapas que foram traçados pela insanidade e destranca-las.
















Texto escrito em 2009 na cidade de João Pessoa- PB
Inspirada pela obra "O Lobo da Estepe" do Hermann Hesse.
Publicado dia 29/05/15

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Pensamentos....





Sobre o conto "Feliz ano novo" do Rubens Fonseca...impactante, hediondo e autêntico!

"Gosto de autores que nos arrancam dos belos aposentos da nossa imaginação, e nos jogam em remotos buracos insalubres....... como quem diz: sobreviva a isso!" Nanin Loustau
                                                                                                                       

                                                                                                                         

domingo, 3 de maio de 2015

“Os Transeuntes”




      Crônica       


                                     “OS TRANSEUNTES”


                                                                             Por: Nanin Loustau

Segunda-feira, o sol explode nas janelas das casas,

é o dia em que somos novamente trazidos com veemência para a realidade.

As ruas da cidade estão movimentadas, trânsito infernal,  movimento de som característico,

somos quase que contagiados pelos passos apressados  a caminhar em igual ritmo

pessoas passam, completamente alheias à nós,

na multidão personagens enigmáticos do cotidiano,

Os ônibus, passam repletos, os que ficaram de pé invejam integralmente os que viajam sentados.

Sentimentos são gerados , ou a falta deles.

Leitor,  já prestou atenção como às pessoas comportam-se nas artérias da cidade?

Certo dia quando peguei um ônibus, desses bem cheio de gente

um senhor adentrou, ocupava dois lugares, vestia calças e um cinto bem apertado que o deixava em formato de 8.

Na frente, um senhor de seus 70 anos, a principio pensei que conversava com o cobrador,  não era, pois este usava fone de ouvidos, logo pensei, bom

Conversa com o motorista?

com a senhora  que estava ao lado? Nada

O tempo ia passando, e num determinado momento constatei que ele falava sozinho!

Ele fazia três tipos de vozes, uma perguntava em tom grave e sonoro, uma outra voz mais suave e fina respondia e a outra voz era a que dava opinião em tom enérgico.

Vai entender......

O motorista faz outra parada obrigatória, onde entra outra figura, um homem trajando indumentária gaúcha completa, como quê reforçado a original estirpe, no pescoço um lenço vermelho, deixando claro ser Maragato, de acessório mais contemporâneo, um óculos do tipo espelhado.

Mais adiante entrou uma mulher barbada,  confiem

pensei que só existia no circo, absolutamente, essa mulher passeia por aí,

personagens  do tipo  que assustam crianças,

de parada em parada o ônibus ia aos poucos superlotando

quando já repleto, uma mulher fica de fora, trajava saias longas lembrava ser hippie

as pessoas faziam sinal com às mãos de “ lotado, lotado”

mesmo assim  ela reclamou  pó meu ! por quê eu não posso entrar?
e um, lá de dentro gritou,  vai de a pé! 
Desci, por sorte, aquilo era um hospício.

Caminhava quando,  uma mulher ia atravessando a avenida demoradamente

E um ciclista ralhou, sai da frente !
Esta  respondeu-lhe rapidamente estou na faixa!  desbocada, logo proferiu um palavrão.

As pessoas  maltratam-se, protegidos pelo escudo do anonimato.


A grosseria irmã da barbárie, habita na selva das esquisitices, certamente!